Desconforto visual causador de fadiga e insegurança rodoviária; luz intrusiva; perturbações do sono e outras repercussões na saúde humana; aumento do consumo energético; interferência na observação astronómica e alteração dos ecossistemas.
São estas algumas das consequências negativas da Poluição Luminosa, resultantes de uma iluminação pública ineficiente. Este vai ser o tema em debate no próximo dia 10 de novembro, no Planetário da Marinha, em Lisboa, onde será apresentado o Sistema de Gestão de Consumo de Iluminação Pública, financiado pela ERSE.


Segundo Alberto Van Zeller, consultor do CPI e CEO da Auraicity, “o parque de luminárias atravessa, em todo o mundo, um processo de migração acelerada para a tecnologia LED. Aquilo que deveria ser uma evolução está-se a revelar uma revolução, ‘gadgética’, de tecnologia de ‘chave na mão’, baseada nas mesmas métricas, em que muitas vezes se confunde eficiência energética e qualidade de iluminação, com poupança de energia, austeridade e restrição, em lugar de se apostar num exercício de saciedade, racionalidade tecnológica e de responsabilidade social”.
Para além dos contributos dos maiores especialistas em Portugal em matéria de Poluição Luminosa, a conferência irá contar com uma apresentação do diretor científico do Instituto Astrofísico das Canárias, Miquel Serra-Ricart, sobre o “Uso Sustentável da Luz Artificial”, com projeção digital em fulldome.
No evento serão ainda apresentadas as diferentes ferramentas do Sistema de Gestão de Consumo de Iluminação Pública, (SGCIP). Um projeto financiado no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia (PPEC), aprovado pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e que está a ser implementado pelo Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), da Universidade de Coimbra.


Segundo Fernando Martins, investigador de doutoramento da Universidade de Coimbra e coordenador do projeto SGCIP, “esta medida desempenha um papel crucial no cumprimento do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC2030), respondendo à necessidade premente de estabelecer uma métrica para classificar a eficiência energética da iluminação de uma via pública, promovendo uma saudável concorrência entre municípios por uma iluminação pública mais eficiente. Além disso, foi desenvolvida uma ferramenta para os projetistas conceberem futuros projetos de requalificação ou novos sistemas de iluminação
pública, tendo em consideração a sua eficiência energética máxima. Desta forma, será possível monitorizar os consumos energéticos dos Municípios de forma eficaz”.


Este evento é destinado aos municípios, profissionais de engenharia, entidades do setor energético e ao público em geral, apresentando-se como um espaço privilegiado de debate sobre os impactos de uma requalificação ineficiente da iluminação pública e medidas para mitigar esses mesmos impactos.

 

 

 

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